terça-feira, 22 de novembro de 2011

O que faz um Casamento Funcionar?

Algumas vezes sou deparado com a pergunta: “Como você pode estar tanto tempo casado com a mesma mulher e continuar apaixonado por ela?”
Penso que não se trata de apenas um fruto do acaso ou de, como existe no imaginário popular, achar a pessoa certa – a metade da laranja! São vários os fatores que contribuem para o sucesso no casamento e gostaria de discorrer sobre apenas alguns deles.
Em primeiro lugar eu creio que o casamento é um espaço para a aprendizagem. Quando eu estou aberto a aprender com o outro que é diferente de mim, estou em constante processo de crescimento. Muitos casamentos acabam porque as pessoas não querem crescer. Acreditam que a sua forma de enxergar o mundo é a única correta e que nada vai faze-los enxergar a realidade diferente. Assim vêem na diferença uma ameaça e fonte de constante atrito e não uma oportunidade contínua de ser despertado para ver a realidade de uma forma diferente e, ainda por cima, por alguém que me ama! Não conseguiram entender que AMBOS, homem e mulher são portadores da IMAGEM de DEUS (Gen. 1:26-28) e que são ontologicamente iguais, MAS funcionalmente diferentes e a diferença é outorgada por Deus como BENÇÃO para desenvolver a CRIATIVIDADE!
Em segundo lugar o casamento é um local de construção. Precisamos ter projetos comuns e perseguir sua construção. O mundo moderno conspira contra isso. O individualismo egocêntrico que permeia as relações sociais deságua no casamento e faz com que as pessoas construam projetos individuais e forcem o outro se adaptar ao seu projeto individual – o que não dá certo. Perdeu-se a noção do NOSSO! Precisamos criar uma história comum, cheia de aventuras, dramas e muita, MUITA diversão juntos – quando somos capazes de rirmos juntos de uma situação, a solução já está a caminho! Um estudioso do assunto escreveu:
“Educadores reclamam que pessoas jovens, hoje em dia têm muito pouco senso de história, eles vivem apenas o presente sem memória. Essa amnésia apresenta uma certa falta de raízes, e eu acredito que isso contribui para um alto índice de divórcios”.
Finalmente é preciso aprender a PERDOAR! Mesmo casais que se dizem cristãos têm, muitas vezes, dificuldades de perdoar. Criam a fantasia de um parceiro(a) perfeito e infalível. Quando percebem que o outro é humano e comete falhas, reagem com frustração e desprezo. Precisamos reconhecer que somos imperfeitos – em constante construção, mas ainda imperfeitos – e que como fruto desta imperfeição cometemos trapalhadas. Muitas vezes tentando acertar fazemos trapalhadas. O remédio: uma atitude humilde de reconhecimento das trapalhadas e um pedido sincero de perdão e, do outro lado, uma atitude perdoadora. Algo que eu pratico com minha esposa nestes nossos 25 anos de casado é ORARMOS JUNTOS todas as noites antes de deitarmos. Porque? Para que ‘o sol não se ponha sobre nossa ira’ – que é um princípio de extrema sabedoria na Bíblia. Quando nos colocamos lado a lado para orar ao Pai, temos que estar bem um com o outro – senão é ritual e não oração. E para estar bem precisamos conversar e pedir perdão e perdoar. Às vezes ficamos um bom tempo conversando antes de orarmos – pois acredite, eu também sou imperfeito – mas NUNCA fomos dormir sem estarmos bem um com o outro – e isso faz MUITA diferença!
Existem outros fatores igualmente importantes, mas creio que se começarmos observando estes pequenos princípios já estaremos dando passos gigantescos para termos casamentos que perdurem!
Carlos “Catito” Grzybowski
Psicólogo, terapeuta familiar, coordenador de EIRENE DO BRASIL, casado com Dagmar há 25 anos, pai de Sabine e Lukas 

Um comentário:

  1. Labaredas de Fogo disse:

    “Acreditam que a sua forma de enxergar o mundo é a única correta e que nada vai faze-los enxergar a realidade diferente”. Acreditam, também, que chegaram a essa “forma de enxergar”, por si próprios; que não foram influenciados por conceitos e sofismas mundanos.

    Excelente! Simples mas, poderoso.

    Com certeza foi sussurrado ao ouvidos do autor pelo criador do casamento monogâmico.

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