segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Sofrimento no casamento cristão

Casamento pode ser doloroso – e o casamento cristão não é uma exceção. Quando dois pecadores estão em um relacionamento íntimo como o casamento, haverá muita coisa que poderá causar mágoa. Nossa carne irá se recusar a atender as demandas do auto sacrifício, serviço e humilhação, o que afeta uns aos outros para o mal. Haverá pecados, feridas agravadas, machucados. A dimensão irá variar em cada relacionamento. Alguns serão mais desafiadores que outros, mas todo casamento cristão experimenta alguma sorte de sofrimento.

Entretanto, isso não é completamente negativo (claro, nós não estamos nos referindo a relacionamentos abusivos). Se estamos puramente visando a alegria e a felicidade conjugal em nossos casamentos, então qualquer conflito, luta ou dor que acontecer será devastador. Mas esse não é nosso objetivo final no casamento cristão. Obviamente, oro por todos os casais jovens para que o casamento deles seja cheio de alegrias, e igualmente lamento por aqueles casais que não estão experimentando alegria, pois isso pode ser um fardo pesado para se carregar. Felicidade é bom, mas nenhum casamento cristão irá experimentar alegria ininterrupta. Claro, nós devemos buscar alegria, mas temos um objetivo maior em vista. Assim como em tudo em nossa vida, o grande objetivo de nosso casamento é a glória de Deus (1 Coríntios 10.31).

Essa verdade deve ser um conforto para os casamentos cristãos machucados, pois sabemos que, às vezes, a dor é a estrada pela qual deveremos viajar para alcançar o fim desejado (1 Pedro 4.13). Isso não tora, necessariamente, o sofrimento algo mais prazeroso, mas o torna mais suportável.


É de grande ajuda lembrar que o Senhor escolheu usar a instituição do casamento como uma das ferramentas do seu arsenal santo para nos refinar e nos moldar à imagem de Cristo. De diversas maneiras, o marido e a esposa cristã são como duas grossas lixas de papel colocadas juntas. Com o passar dos anos, as asperezas um do outro vão se esfregar, e, por causa disso e da graça de Deus, eles vão se tornando macios. Sua esposa, querido marido cristão, é um meio pelo qual o Senhor santifica você nessa vida. Ela é um presente. Da mesma forma, querida esposa cristã, seu marido é um meio pelo qual o Senhor está santificando você. Ele é um presente.

Com isso firmemente plantado na mente, nós começamos a ver nosso cônjuge como um aliado, ao invés de inimigo, quando as coisas ficam difíceis. Nosso cônjuge é um companheiro de trabalho no Reino. Nós estamos visando os mesmos propósitos, embora frequentemente fiquemos aquém deles. Nós sabemos que “nossa luta não é contra a carne e o sangue, e sim contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efésios 6.12). Somos irmãos e irmãs, lado a lado, combatendo o bom combate da fé juntos. Não somos inimigos, adversários ou combatentes. Em vez disso, somos companheiros de peregrinação a quem Deus deu o dom de termos um cônjuge que o ama e nos ajuda durante a jornada para a cidade celestial. E, porque somos caídos, de tempos em tempos iremos machucar um ao outro. Mas isso não é o fim. Isso é, entretanto, outra oportunidade para crescermos em graça e piedade enquanto seguimos em frente.

Sofrimento vem e vai, mágoas virão e serão curadas, o perdão será procurado e será concedido; e no meio de tudo isso, Deus nos moldará à imagem de Cristo, nosso Senhor, para a Sua glória. Esse é um fim que vale a pena buscar, não importa o quão difícil essa estrada seja.


Por JASON HELOPOULOS

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