sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

É possível manter um casamento sem mentiras?

Quando falamos sobre “mentiras no casamento”, logo pensamentos em casos extremos de traição e infidelidade, envolvendo outras pessoas, ou em casos mais extremos, outra família. Questões, aos olhos humanos, imperdoáveis e insuperáveis! Situações em que se não houver arrependimento verdadeiro, restauração da segurança e disposição, terminam na frente de um juiz e com os filhos em um divã.


Mas a mentira, infelizmente, faz parte do cotidiano da maioria dos casais. Muitas vezes, para evitar conflitos, é o caminho mais fácil. Mas, cuidado, o caminho mais fácil e confortavel pode levar a dor! Como diz a Bíblia, ao conhecermos a verdade, ela nos libertará!  Reflita! Será que não está na hora de tirar as máscaras?
Confira o artigo escrito pela especialista em psicologia e em terapia familiar, Claudia Moraes, referente “a mentira no casamento”
Assertividade (conjugal) é a expressão direta, honesta e clara de sentimentos, pensamentos, necessidades e opiniões, sem ferir, humilhar ou faltar ao respeito de forma intencional (ao cônjuge). A mentira está quase sempre associada à falta de assertividade, constituindo um comportamento passivo.
O comportamento passivo, como o nome indica, é marcado pela dificuldade em expor de forma clara e honesta uma posição, em particular, quando a pessoa antecipa que essa perspectiva é contrária a do cônjuge. Embora reconheça a importância da honestidade, a pessoa experimenta níveis de ansiedade muito elevados, pelo que adopta uma postura passiva – falseando a sua opinião, ou omitindo-a. Este comportamento de fuga acarreta, no entanto, grandes desvantagens, quer para o próprio, quer para a relação conjugal.
A mentira surge, aos olhos do cônjuge que a utiliza, como a resposta mais eficaz para lidar com a divergência de opiniões, numa tentativa de evitar situações de conflito. No entanto, este comportamento impede que os membros do casal exponham as suas necessidades e/ou os motivos do seu descontentamento. O resultado é, quase sempre, o aumento da insatisfação conjugal de ambos.
Do outro lado deste “jogo” está muitas vezes um cônjuge demasiado avaliador. A psicorrigidez (obediência estrita a determinados princípios) associada à utilização excessiva de juízos de valor não favorece a assertividade conjugal. Se esta inflexibilidade, se traduzir em críticas sistemáticas ao comportamento do cônjuge, aumenta a insatisfação e o fosso entre os membros do casal.
Por outras palavras, o medo de não conseguir agradar ao companheiro pode levar a que uma pessoa pouco assertiva (e quase sempre insegura) opte pela mentira.
As mentiras mais frequentes estão relacionadas com a gestão financeira, com o aparecimento de novos amigos e, nos casos mais graves, com a infidelidade.
Seja qual for a forma como a mentira é identificada –descoberta acidental, denúncia a partir de terceiros ou partilha por parte da pessoa que mentiu – o resultado é sempre o mesmo: decepção e quebra de confiança.
A ausência de juízos de valor pode favorecer o diálogo aberto sobre o tema em causa, mas é preciso identificar os sentimentos subjacentes à mentira – medo, vergonha, timidez, falta de auto-estima – bem como as lacunas que permitiram que o casal caísse nesta teia.
Como restaurar a confiança e ter um relacionamento aberto no casamento, sem precisar, em nenhum momento, optar pela mentira? 
Fonte: IGospel

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Dez mandamentos no Casamento

Muitos de nós estamos acostumados a ver “dez mandamentos” disso ou daquilo que aparecem em todos os lugares e são aplicados a todos os tipos de empreendimentos humanos. Na realização de negócios imobiliários à caça de alces, gostamos de imitar o Decálogo. Assim, alguns talvez foram atraídos a essa coluna esperando encontrar um “mandamento três” que proíbe a prática deixar meias estendidas no sofá da sala – um tipo de decoração masculina – ou o “mandamento sete” que exige um programa romântico semanal.
Mas isso não é sobre os dez mandamentos do casamento. Precisamos pensar no assunto bem mais importante dos Dez Mandamentos no casamento. A Bíblia nos ensina que, em termos de seu conteúdo, o amor é sempre definido pela lei (Rm 13.8-10). Uma vez que o amor claramente deve existir em cada lar de crentes, em todo casamento cristão, isso significa que a Lei deve sempre ser vista como a bela irmã gêmea do amor, e os dois nunca devem ser separados.
“Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Um marido deve amar sua esposa menos do que ele ama a Deus. Quando um homem ama a Deus como deveria, isso o capacita a amar aos outros como deveria. Porém, quando uma mulher torna-se um ídolo, ela frequentemente se encontrará sendo maltratada nesse relacionamento. Isso acontece porque o homem que a idolatra tem, com essa atitude, se separado da fonte de toda caridade e graça genuínas, que é, claro, o Pai. “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26). Um homem não pode ser um discípulo a não ser que ele aborreça a sua esposa e, a não ser que ele seja um discípulo de Cristo, ele não pode aprender a amar sua esposa.


“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a  iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos” (v.4-6). Esse mandamento menciona o fruto do casamento, contado nas gerações futuras. Uma maneira certa de permitir que o sofrimento visite esses filhos que ainda não nasceram é tolerar qualquer imagem e concepção de Deus e Cristo criada por homens, a fim de manter um lar “piedoso”.
“Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (v.7). Carregamos o nome de Cristo em tudo o que fazemos. Se somos cristãos, então nossos casamentos são casamentos cristãos. Porém, os casamentos evangélicos modernos são praticamente indistinguíveis dos casamentos incrédulos. Manifestamos a mesma evidência de doenças patológicas em nossos casamentos que as vistas no mundo – divórcio generalizado, preocupação com minhas necessidades matrimoniais, obsessão com sexo, e por aí vai. Carregamos o nome de Deus em vão. Até que aprendamos o que a palavra cristão significa, não entenderemos bem o que o casamento cristão é.
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus” (v.8-10). O padrão frenético de nossa cultura moderna é subsidiado por maridos que se esqueceram de que têm uma obrigação de dar descanso a todo membro da família e de fazer isso na presença de Deus. Em particular, um marido deveria perceber que o ditado “o trabalho de uma mulher nunca acaba” é falso em sua casa. Uma pessoa em posição de autoridade que não dá descanso não sabe o que o amor é.
“Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá” (v.12). Pai e mãe gostam de receber honra, mas frequentemente se esquecem de que também são filhos, e que foram colocados como exemplos aos seus filhos sobre como tratar seus avós. Muitas crianças aprenderam a desrespeitar seus pais simplesmente ouvindo a conversa à mesa de jantar. E os pequenos têm grandes ouvidos.
“Não matarás” (v.13). A antítese da malícia que termina em derramamento de sangue é um comportamento de afeição e gentileza. O homem que ama sua esposa como Cristo amou a igreja está demonstrando seu ódio a todo assassinato ímpio. Graças à nossa cultura do aborto, o lar tornou-se o lugar principal em que esse mandamento é desprezado. Mas o lar deveria ser um refúgio de vida.
“Não adulterarás” (v.14). É claro, um marido obedece a Deus aqui ao afastar-se da infidelidade em todas as suas formas e disfarces. Ele põe guarda sobre seus olhos, coração e seu corpo, e recusa todas as ofertas. Ele evita as capas de revistas no caixa do supermercado, fica longe de conversa com mulheres em chats de internet, foge de dormir com outras mulheres, recusa a sonhar acordado sobre estar casado com outra pessoa, e qualquer outra tentação não mencionada.
“Não furtarás” (v.15). Um homem que não providencia alimentação e roupas para sua esposa está roubando dela. Ele lhe deve o suporte financeiro e jamais deve cobiçá-lo (Êx 21.10).
“Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (v.16). A esposa é o próximo mais próximo do marido. Portanto, ele deve ser escrupulosamente honesto com ela o tempo todo. Um esposo e uma esposa devem ser capazes de conversar com o outro sobre tudo.
“Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” (v.17). Um homem feliz em seu casamento nunca desperdiçará nada de seu tempo olhando desejosamente  por cima do muro dos outros. Ele não cobiçará o cortador de grama do outro, a esposa tomando banho de sol, o carro, a casa, as habilidades de jardinagem ou qualquer coisa pertencente a seu vizinho.
Faça isso e você fará bem.
 por Douglas Wilson  Fonte: IProdigo
Traduzido por Josaías Jr | iPródigo | Original aqui

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Você ama seu cônjuge?

Aqui estão alguns excertos do capítulo 12 do livro de Paul David Tripp, What Did You Expect? Redeeming the Realities of Marriage (Wheaton: Crossway, 2010).
(Adicionei as três chamadas e a numeração. Todas as citações são de Tripp).
1. O que é amor?
Amor é autossacrifício espontâneo pelo bem de outro, que não exige reciprocidade ou que a pessoa amada seja merecedora.
2. Como o amor aparece no casamento?
  1. Amar é estar disposto a ter sua vida complicada pelas necessidades e conflitos de seu marido ou esposa, sem impaciência ou irritação.
  2. Amar é ativamente lutar contra a tentação de julgar e de ser critico com seu cônjuge, enquanto procura maneiras de encorajá-lo e exaltá-lo.
  3. Amor é o compromisso diário de resistir aos momentos desnecessários de conflito, que vêm de comentários ou da resposta a ofensas menores.
  4. Amar é ser amavelmente honesto e humildemente acessível em tempos de mal entendidos, e ser mais comprometido com unidade e amor que com vencer, acusar ou estar certo.
  5. Amor é o compromisso diário de admitir seu pecado, fraqueza e falha, e resistir à tentação de apresentar uma desculpa ou passar a culpa de si.
  6. Amar significa estar desejoso, quando confrontado por seu cônjuge, de examinar seu coração ao invés de colocar-se em sua própria defesa ou mudar o foco.
  7. Amor é o compromisso diário de crescer em amor, de maneira que o amor que você oferece a seu marido ou esposa seja crescentemente altruísta, maduro e paciente.
  8. Amar é não desejar fazer o que é errado quando ele/ela errou com você, mas procurar maneiras concretas e específicas de vencer o mal com o bem.
  9. Amar é ser um bom estudante de seu cônjuge, procurando por suas necessidades físicas, emocionais e espirituais, a fim de que, de alguma forma, você possa remover o fardo, apoiar-lhe enquanto ele/ela o carrega, e encorajar-lhe ao longo da estrada.
  10. Amar significa estar desejoso de investir o tempo necessário para discutir, examinar e entender os problemas que vocês encaram como um casal, permanecendo nessa tarefa até que o problema seja removido ou que vocês concordem sobre uma estratégia de resposta.
  11. Amar é estar sempre disposto a pedir perdão e estar sempre comprometido a perdoar quando é pedido.
  12. Amar é reconhecer o alto valor da confiança em um casamento e ser fiel a suas promessas e verdadeiro quanto à sua palavra.
  13. Amar é falar amável e gentilmente, mesmo em momentos de discórdia, recusando-se a atacar o caráter de seu cônjuge ou agredir sua inteligência.
  14. Amar é não querer mentir, manipular ou enganar, de qualquer maneira, a fim de cooptar seu cônjuge a te dar o que você quer ou fazer algo do seu jeito.
  15. Amar é não querer que seu cônjuge seja sua fonte de identidade, significado ou propósito, enquanto recusa-se a ser a fonte do sentimento do outro.
  16. Amor é o desejo de ter menos tempo livre, menos horas de sono, ou uma agenda mais lotada a fim de ser fiel ao que Deus chamou você a ser e a fazer como marido ou esposa.
  17. Amor é o compromisso de dizer não aos instintos egoístas e fazer tudo dentro de sua capacidade para promover unidade real, entendimento funcional e amor proativo em seu casamento.
  18. Amar é permanecer fiel a seu compromisso de tratar seu cônjuge com admiração, respeito e graça, mesmo em momentos em que ele ou ela não pareça merecer ou não deseja corresponder.
  19. Amor é a disposição de fazer sacrifícios regulares e custosos pelo bem de seu casamento, sem pedir nada em troca, ou usar seus sacrifícios para deixar seu cônjuge em dívida.
  20. Amar é não estar disposto a fazer qualquer decisão ou escolha pessoal que ameaçaria seu casamento, magoaria seu marido ou sua esposa, ou enfraqueceria o laço de confiança entre os dois.
  21. Amar é recusar-se a ser autofocado ou exigente, mas, ao invés disso, procurar maneiras específicas de servir, apoiar e encorajar, mesmo quando você está ocupado ou cansado.
  22. Amar é admitir diariamente para si mesmo, seu cônjuge e para Deus que você não é capaz de amar dessa forma sem a graça protetora, provedora, perdoadora, resgatadora e libertadora de Deus.
  23. Amor é um compromisso de coração específico a uma pessoa específica que leva você a entregar-se a um estilo de vida específico de cuidado, que requer estar disposto a fazer sacrifícios que tenham em vista o bem dessa pessoa.

3. O que essa descrição do amor deveria causar em nós?
Compilado por Andy Naselli
Esse entendimento deveria te levar a uma pausa e, então, à ação: é impossível para qualquer um de nós amar como foi descrito. O padrão é simplesmente muito alto. As exigências são simplesmente muito grandes. Nenhum de nós tem o necessário para alcançar esse padrão. Essa descrição do amor em ação tem me humilhado e afligido. Tem me levado a encarar novamente minha tendência de chamar de amor coisas que não são amor. Ela me força a admitir quão autofocado e ensimesmado eu realmente sou.  Ela me lembra de que, quando se trata de amor, não sou um expert. Não, sou pobre, fraco e necessitado.
Jesus morreu não somente para que tivéssemos perdão por não amar como deveríamos, mas também para que tivéssemos o desejo, a sabedoria e o poder de amar como devemos.
Jesus sofreu em amor, a fim de que, em sua luta pelo amor, você nunca, jamais, estivesse sozinho. Enquanto você se entrega a amar, ele te lava com seu amor, de forma que você nunca estará sem o que precisa para amar.
 por Andy Naselli  Fonte: IProdigo
Traduzido por Josaías Jr | iPródigo | Original aqui